Apesar da vitória da Seleção Brasileira por 1 a 0 sobre o Paraguai, em jogo realizado na noite de terça-feira, 11 de junho de 2024, na Neo Química Arena, o técnico Carlo Ancelotti foi alvo de críticas. O jornalista Ricardinho Martins, durante sua participação no canal TNT Sports, demonstrou insatisfação com algumas decisões do treinador italiano, especialmente no final da partida.
Durante o programa pós-jogo, Ricardinho comentou a forma como Ancelotti organizou o time nos minutos finais e não poupou críticas. Ele destacou que o Brasil terminou o jogo atuando com quatro zagueiros, algo que considerou desnecessário e arriscado, além de criticar a demora do treinador para fazer substituições. Segundo ele, o time correu riscos que poderiam ter sido evitados.
Em suas palavras:
“Não vou passar pano, não. Terminamos com quatro zagueiros. Demorou para mexer. Quase jogou o resultado no lixo hoje.”
A crítica também envolveu a utilização do jogador Danilo, que normalmente atua como lateral-direito, mas que neste jogo teve comportamento mais próximo ao de um zagueiro. O jornalista questionou a efetividade dessa escolha tática em um momento em que a equipe já estava vencendo e precisava apenas controlar o jogo.
O colega de bancada Jorge Iggor endossou a opinião de Ricardinho e afirmou que, se fosse outro treinador brasileiro – como Dorival Júnior – a tomar esse tipo de decisão, a repercussão negativa seria ainda maior. Para os dois comentaristas, o status internacional de Ancelotti não deve isentá-lo de críticas quando suas decisões colocam o resultado em risco.
Como foi o jogo
A Seleção Brasileira chegou à última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas precisando vencer para garantir a vaga direta na Copa do Mundo de 2026. O Uruguai também precisava vencer a Venezuela, o que acabou acontecendo, o que ajudou na classificação antecipada do Brasil.
Ancelotti optou por uma formação ofensiva desde o início, com Raphinha no lugar de Gerson e a entrada de Matheus Cunha e Martinelli nas vagas de Richarlison e Estêvão. Durante o primeiro tempo, o Brasil manteve a posse de bola e teve domínio territorial, mas encontrou dificuldades para romper a linha defensiva paraguaia.
O único gol da partida veio aos 44 minutos da primeira etapa. Após boa jogada pela direita, Matheus Cunha cruzou para a área e Vinícius Júnior apareceu bem posicionado para completar para o fundo do gol. O camisa 7 celebrou com entusiasmo e correu em direção ao banco de reservas para abraçar Ancelotti, em uma imagem que chamou atenção pela demonstração de apoio ao treinador.
Na etapa final, o Paraguai cresceu no jogo e passou a ameaçar mais o setor defensivo brasileiro. Diante disso, Ancelotti fez mudanças e colocou o zagueiro Beraldo no lugar do lateral Alex Sandro, tornando a equipe mais defensiva. Em alguns momentos, o Brasil atuou com uma linha de quatro zagueiros, incluindo também Danilo em função mais recuada.
Essa estratégia acabou permitindo que o Paraguai criasse algumas boas chances de gol, com cruzamentos perigosos e finalizações exigindo boas defesas do goleiro Alisson. Por outro lado, o Brasil também teve oportunidade de ampliar o placar, especialmente com Bruno Guimarães, que parou em defesas importantes do goleiro paraguaio Gatito Fernández.
Repercussão
Apesar da vitória e da classificação à Copa do Mundo, o debate após o jogo ficou centrado nas escolhas táticas de Ancelotti, que dividiu opiniões. Parte da imprensa considera que o técnico italiano teve uma postura excessivamente conservadora no final da partida e correu riscos desnecessários.
O episódio reforça que, mesmo com resultados positivos, o comando técnico da Seleção continua sendo avaliado com rigor, especialmente em um momento de reconstrução do futebol brasileiro em busca de protagonismo internacional.